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"O ser humano é capaz de tudo, até de querer coisas nocivas e negativas para si mesmo."

- Claudia Raia

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03 dezembro 2009

Com o musical itinerante 'Pernas pro ar', Claudia Raia quer popularizar o gênero

SÃO PAULO - Uma pacata dona de casa, bem casada, ainda jovem, muito certinha, daquelas que participam de reuniões do Rotary Club, vai à academia, cuida da casa e do marido, viaja para Miami nas férias e faz macramê. Esta é Helô, personagem interpretada pela atriz Claudia Raia em seu novo musical, "Pernas pro ar", que inicia curta temporada em São Paulo, no Teatro Bradesco, a partir desta quinta-feira. Mas a mulher exemplar está prestes a sucumbir à tentação de descobrir uma vida mais emocionante.

- Uma figura aparece para Helô, que não sabe se está sonhando, e diz ser um demônio. Ele vai tentá-la e avisar que ela está em uma encruzilhada - explica Claudia Raia, completando que o suposto demônio avisa a Helô que "o inferno é lugar de gente medíocre".

Sem saber se está sonhando, Helô embarca em uma viagem sem sair de seu quarto, vivendo novas experiências.

- As pernas de Helô ganham vontade própria - adianta a atriz.

A viagem dentro do quarto de Helô é possível graças a cenários de alta tecnologia, criados por meio de projeções volumétricas.

Claudia Raia conta que o espetáculo nasceu de um sonho.

- Sonhei com uma caixa dentro da qual eu contava histórias do universo feminino - contou.

Para o diretor Cacá Carvalho, a peça pode ser melhor definida como teatro musical.

- A dramaturgia anda junto com o canto e a dança - diz Carvalho. - A maioria das pessoas acha musical um gênero menor, banal. Mas não é quando tudo se integra e o público não tem aquela sensação de "ih, agora ela vai começar a cantar". É uma história contada e cantada - completa Claudia.

"Pernas pro ar" estreou em Ribeirão Preto e passou por Recife antes de chegar a São Paulo. A atriz só viajou com o espetáculo por quatro capitais em 2009, mas 2010 será o ano de percorrer 17 capitais, incluindo Manaus e Belém. O musical chega ao Rio em janeiro, e fica em cartaz no Pier Mauá. Além disto, a atriz fará uma apresentação gratuita na Quinta da Boa Vista.

Trata-se de um projeto caro e ousado, por ser itinerante. Claudia Raia viaja acompanhada por uma equipe de 53 pessoas e três carretas de 30 metros com equipamento, cenários e figurinos. Mas a atriz tem como objetivo popularizar o musical, apresentando a peça em todo o Brasil. Graças a um acordo com o Ministério da Cultura, ela conseguiu manter o preço do ingresso em R$ 40.

- Por que só fazer musical no eixo Rio - São Paulo? Quero ir a lugares inusitados, encontrar outras tribos, pessoas que nem costumam ir ao teatro - declarou Claudia, também produtora do espetáculo.

Ela agora busca parcerias com governos e prefeituras para poder fazer apresentações gratuitas em lugares públicos. O Rio cedeu a Quinta da Boa Vista. Em Manuas, o espetáculo será apresentado em frente ao Rio Amazonas. Falta negociar com a prefeitura de São Paulo. Claudia gostaria de fazer uma sessão gratuita no Museu do Ipiranga.

Segundo Claudia Raia, quem já assistiu ao musical, saiu exclamando: "que diferente!".

- Era o que queríamos ouvir. Nós todos temos mais de 25 anos de carreira (referindo-se também ao diretor Cacá Carvalho, e Alonso Barros, coreógrafo e codiretor) e é uma benção surpreender o público a essa altura - disse.

O argumento da peça é de Luís Fernando Veríssimo, escritor que é fã de musicais. Cacá Carvalho costuma se dedicar a teatro experimental e aventura-se pela primeira vez na direção de um musical. Alonso Barros trabalha há 22 anos coreografando musicais na Europa.

- É um musical com uma estética diferente, um outro formato - resume Claudia, completando: - Musical é a arte dos três cérebros. É muito difícil atuar, cantar e dançar ao mesmo tempo.

Alonso foi o principal responsável pela escolha das músicas, que vão de clássicos da Broadway, como "Too darn hot", canção escrita por Cole Porter para o musical "Kiss Me, Kate" de 1948, a hits populares como "You can leave your hat on". Para quase todas, (exceto "Speak low" de Kurt Weill mantida em inglês), foram criadas versões em português que se encaixam à saga de Helô. Entre os letristas, estão Sylvia Massari, Bibi Ferreira, Marconi Araújo e Zé Rodrix.

- Não há canções brasileiras no musical. Infelizmente não temos compositores para musicais. Mas já avançamos muito. Hoje temos cinco bons elencos em cartaz ao mesmo tempo. Não é à toa que os musicais são a maior bilheteria do teatro brasileiro. Mas ainda não temos nem autores, nem compositores - avalia Claudia - Mas há coisas que fazemos melhor que os americanos. Temos alma, despojamento e uma luz que não é apagada pelo excesso de preciosismo técnico.

Foram três anos longe dos palcos. Claudia explica a ausência: "A pessoa faz um musical, um filho e uma novela de cada vez. Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo". E a atriz garante que depois deste musical, que deve ficar em cartaz pelo menos até julho de 2010, vai se dedicar ao teatro experimental.

- Vou fazer peça para 20 pessoas, algo totalmente diferente do que fiz até agora. Estou trocando de lugar com o Edson (Celulari, marido da atriz) - brinca, sobre o fato de Celulari estar se aventurando nos musicais, após se dedicar a clássicos da dramaturgia.

- Edson é muito bem-vindo no teatro musical. Está maravilhoso - derrete-se, contando que o casal costuma ensaiar junto em casa.

Para viver a Edna Turnblad em "Hairspray" ela encorajou o marido a comprar seu primeiro par de sapatos de salto. - Tamanho 44 - conta, entre risos.

Fonte: OGlobo





























































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